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  • Dra. Renata Garcia
  • março 23, 2025
  • 7:49 pm

Alterações de memória

Quando avaliamos uma pessoa com queixas cognitivas (autorrelatadas ou referidas por um acompanhante), a primeira pergunta que devemos responder e se ela apresenta uma síndrome demencial.

Demência é definida como uma síndrome caracterizada por um declínio cognitivo e/ou comportamental cujos sintomas interferem nas atividades de vida diária (AVD) levando a prejuízo funcional em relação a níveis prévios e não explicáveis por delirium ou transtorno psiquiátrico maior.

Denomina-se comprometimento cognitivo leve (CCL) a condição em que o indivíduo apresenta transtorno cognitivo, mas sem prejuízo de sua autonomia em exercer atividades de vida diária como se locomover sozinho, conseguir organizar a vida pessoal e profissional sem dificuldades, realizar cálculos, conseguir ligar e se comunicar com outras pessoas. Pode haver problemas leves para executar tarefas complexas anteriormente habituais; no entanto, ele ainda e capaz de manter sua independência com mínima assistência.

Mais recentemente tem se dado importância para o grupo de indivíduos que apresentam queixas cognitivas (principalmente de memória), mas que apresentam desempenho normal em testes neuropsicológicos; a essa situação dá-se o nome de declínio cognitivo subjetivo (DCS).

Os diagnósticos de demência, CCL e DCS, portanto, são clínicos.

É realizado durante a consulta uma extensa anamnese (Coleta da história clínica do paciente).

Ao final da consulta, após anamnese, exame cognitivo e avaliação funcional, a gente é capaz de avaliar a possibilidade de uma síndrome cognitiva.

Dependendo do quadro é importante realizar exames complementares investigar outras doenças que levam a prejuízo na memória, além de investigar doenças neurodegenerativas como Doença de Alzheimer, Demência Frontotemporal e Demência por corpúsculos de Lewy, entre outras causas.

Lembrar de diagnósticos diferenciais importantes que podem mimetizar um quadro de alteração de memória patológico como o próprio envelhecimento normal, transtornos psiquiátricos (em especial depressão e ansiedade), transtornos do sono (p.ex., síndrome da apneia obstrutiva do sono), uso de medicações psicoativas que prejudicam o raciocínio.

Também é importante lembrar dos fatores de riscos modicáveis para quadros demenciais que são os seguintes:

  1. Diabetes mellitus,
  2. Hipertensão arterial sistêmica
  3. Obesidade na meia-idade
  4. Sedentarismo
  5. Depressão
  6. Tabagismo
  7.  Baixa escolaridade.

Tratamento:

A abordagem terapêutica irá depender da causa da alteração da memória, tendo possibilidade de reversão do quadro a depender da causa. Muito importante manter seguimento com especialista da área.

Referências:

– Declínio cognitivo subjetivo, comprometimento cognitivo leve e demência – diagnóstico sindrômico: recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, 2022.

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Dra. Renata Garcia

Neurologista em São Paulo
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